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Jurupari


Lenda Jurupari 
(Juruparím, Jeropary, Jeropoari,
Yurupari, Iurupoari)


Jurupari é a denominação Tupi para um demônio particular, mas foi usada com exclusividade pelos missionários para designar qualquer demônio, até assumindo o lugar do diabo cristão nos trabalhos de catequese dos índios. Aparece em outras tribos, como os Baniva, como Kowai ou Kóai, todavia, possui um opositor, uma evidente criação catequética, que incorpora os conceitos religiosos do Bem; é Inapíri-Kúri ou Jesus Cristo. A lenda diz que o Jurupari é um deus que veio do céu em busca de uma mulher perfeita para ser esposa de Coaraci, o Sol, mas não diz se ele a encontrou. Jurupari foi o maior legislador que os indígenas conheceram... deus reformador e legislador maia. Enquanto conviveu com os homens, estabeleceu uma série de normas de conduta e leis morais, instituiu a monogamia, a higiene pessoal, através da depilação corporal, restituiu o poder aos homens que viviam em regime matriarcal, promoveu modificações nos costumes e na lavoura, instituindo, especialmente, as festas de colheita. Algumas das leis do Jurupari permanecem válidas até hoje e são as seguintes: o chefe cuja mulher for estéril poderá tomar outras para si, sob pena de perder o trono para o mais valente; ninguém cobiçará a mulher do outro, pagando a desobediência com a própria vida; a mulher deverá permanecer virgem até a puberdade e jamais prostituir-se; a mulher casada deverá permanecer com o marido até a morte, sem traí-lo; o marido deverá permanecer em repouso durante uma lua, após o parto da mulher; o homem deve sustentar-se com o trabalho de suas mãos; é punida com a morte a mulher que vir o Jurupari e o homem que revelar seus segredos e seus rituais. A cerimônia do Jurupari tem seu ritual em fins de março, coincidindo com o período em que as águas diminuem e prenunciam o verão, que começa em maio. Na verdade, na Amazônia não existem inverno nem verão. O que chamamos de inverno e verão é caracterizado pelas chuvas, abundantes num e escassas noutro período. (Painel de Mitos & Lendas da Amazônia, Franz Kreuter Pereira, Belém, 1994)